Inspiradas por xarás, Fabianas do vôlei miram ouro no Pan e Olimpíada

Uma, a Murer, conquistou o título mundial do salto com vara. Outra, a Beltrame, deu ao Brasil um inédito ouro no Mundial de remo. Definitivamente, a última semana foi das Fabianas no esporte brasileiro, uma coincidência que inspira duas homônimas para o restante da temporada 2011. 

Titulares da seleção brasileira feminina de vôlei, Fabiana Claudino, a central Fabizona, e Fabiana de Oliveira, a líbero Fabi, terão pela frente a disputa dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em outubro, e a Copa do Mundo, classificatória para a Olimpíada de Londres, em novembro. Tratam-se de dois ouros que esta geração, campeã olímpica, ainda não possui.

Recém-chegadas da Ásia, onde ganharam a medalha de prata no Grand Prix, ambas puderam acompanhar as conquistas das xarás. Fabizinha, por exemplo, revela que, mesmo durante as viagens, sempre está de olho nas notícias dos compatriotas através da Internet:

- É bacana, não só pela conquista do esporte, mas também pelas mulheres ganhando um espaço dentro do esporte. A gente sempre viu mais conquistas masculinas e na última Olimpiada as mulheres ganharam duas medalhas de ouro para o Brasil (seleção feminina de vôlei e Maurren Maggi, no salto em distância). Esse marco delas entra para a história e fico mais feliz por serem de Fabianas (risos). 

Já a central Fabiana, que por pouco não se chamou Bruna ("Agora minha mãe diz que não tenho nada de Bruna"), espera conhecer (e parabenizar) as novas campeãs mundiais no México: 

- Com certeza vamos nos encontrar na Vila Pan-Americana, um lugar que dá a oportunidade para a gente conhecer outros atletas que nós só vemos pela televisão. Lá, fica todo mundo torcendo um pelo outro e quando volta é aquela comemoração com todo mundo!

Fabiana Beltrame faz história e é ouro no Mundial de Remo

Entretanto, ela indica que um possível convite para tentar as modalidades praticadas por Murer e Beltrame será gentilmente recusado: 

- Tinha amigos meus que faziam provas como os 400 m com barreiras. Como também quando treinava na Urca, via o pessoal fazer salto com vara... É muito treino, muita dedicação, muito difícil. Tem de ter o domínio da vara, do próprio corpo. Não me vejo fazendo isso! E nem remo!! 

Hoje orgulhosa de seu nome, a líbero Fabi confessa ter passado por uma fase na qual não gostava de ser "Fabiana". Ela ainda conta que a semelhança às vezes causa pequenas confusões na seleção brasileira, comandada pelo técnico José Roberto Guimarães: 

- A gente toma bronca de tabela também. Às vezes, o Zé chama "Fabiana" e você acha que foi para você, mas nem é. E, geral, ele usa "Fabi" para as duas. Fabizinha ele só diz quando está falando alguma coisa bem pausadamente, bem tranquila, mas na hora do jogo é Fabi mesmo. Só sei que não sou eu que o Zé chama, quando ele fala alguma coisa no bloqueio, mas o resto... 

Com um ouro olímpico, quatro Grand Prix e cinco Superligas no currículo, Fabizinha também dá uma dica valiosa para as xarás se manterem no topo: 

- Agora é a fase mais difícil, que é tentar se manter entre as melhores. A cobrança vai ser maior, as pessoas vão te olhar mais, os adversários vão estar de observando para saber qual o seu diferencial e vão tentar imitar. Em algum lugar do mundo, alguém vai estar pensando em batê-las, assim como acontece com a gente. Se antes você trabalhou dez horas por dia para chegar ao ouro, agora terá que trabalhar 25 horas em um dia de 24 (risos). 

Fabizinha ainda sonha mais longe, de olho em uma grande festa das Fabianas em casa: 

- Torço muito para que elas cheguem na Olimpíada de 2012 representando bem o Brasil e quem sabe até no Rio-2016, pois seria bacana todas estarem em ação aqui com chances de medalha.



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