Seleção de volei feminino e as noites sem dormir antes de classificação

Sheilla orienta a Seleção durante partida que deu alívio ao time. Foto: Bruno Santos/Terra

Quando a Seleção Brasileira feminina de vôlei chegou ao ginásio Earls Court neste domingo para fechar a primeira fase dos Jogos Olímpicos contra a Sérvia, Turquia e Estados Unidos estavam em quadra. As jogadoras se assustaram com o placar no começo da partida: as turcas levavam a melhor, e uma vitória delas eliminaria o Brasil. As americanas reagiram e fecharam com 3 sets a 0, mas o time sofreu com o último susto após série de noites tensas e sem dormir.

"Tive ansiedade, nervosismo, não consegui dormir, treinei apreensiva. Não depender só de você e sabendo que a culpa foi nossa é pior ainda. É um sentimento de dor. A gente chegou assim por culpa nossa", afirmou Thaisa, titular na vitória sobre a Sérvia por 3 sets a 0, resultado que evitou o vexame de uma eliminação na primeira fase por parte das atuais campeãs olímpicas. Mesmo assim, o sofrimento do time foi geral.

"Lógico que você fica tensa, não depende só da gente. Quando depende só da gente, apesar de ter pressão, é mais fácil. Dependendo dos outros, vai que os Estados Unidos queiram entregar o jogo, tem mil fatores que podem acontecer. Depois que os Estados Unidos ganharam deu um alívio, e a gente pensou: agora é nossa vez de fazer nossa parte", contou Sheilla, após a vitória em Earls Court.

A Seleção Brasileira complicou sua situação em Londres por conta da inconstância em quadra. Estrou com vitória por 3 a 2 contra a Turquia, mas depois perdeu por 3 a 1 dos Estados Unidos e por 3 a 0 para a Turquia. Contra a China, o triunfo por 3 a 2 colocou sob sérios riscos a vaga na segunda fase. "Vivemos momentos muito angustiantes nesses últimos dias, com esses jogos", afirmou o técnico José Roberto Guimarães.

"O nosso desgaste emocional nesses dias foi muito grande, porém o alento de ter classificado é bom. Foi uma situação muito difícil para gente e só quem viveu esses dias sabe como foram", complementou o treinador. A líbero Fabi afirmou que as brasileiras chegaram a perder a identidade dentro de quadra, o que só foi recuperado com a consistente vitória sobre a Sérvia e a consequente classificação.

"Especialmente depois do jogo contra a Coreia, foram noites muitos difíceis. Não tinha como ser diferente também, a preocupação, maneira como a gente jogou contra a Coreia. Deixou a gente bastante triste. Principalmente para quem está aqui há muito tempo, que sabe que a maior qualidade da nossa equipe foi sempre jogar com alegria, independente se ganhar ou perder, ter essa identidade e a gente não conseguiu fazer. Foi bem difícil, dormir e armar alguma coisa para reverter isso", contou.

Neste domingo, é provável que as jogadoras consigam uma noite de sono relativamente tranquila. A não ser que já passem a ter pesadelos com a Rússia, seleção forte que será o adversário das quartas de final, na terça-feira, às 19h (de Brasília). "Acho que eu só vou conseguir dormir quando acabar a Olimpíada e se o resultado for bom, porque se não for bom eu vou continuar sem dormir", disse Fabi.



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