Entre os quase 60 mil presentes à goleada do Flamengo sobre o Botafogo por 4 a 0, na noite de quarta-feira, no Maracanã, pelas quartas de final da Copa do Brasil, uma, pelo menos, debutava no grande templo do futebol. Em um dos camarotes do estádio, a canadense do time de vôlei Rio de Janeiro, Sarah Pavan, olhou para a arquibancada, ficou boquiaberta e só conseguiu soltar um "amazing (maravilhoso, em inglês)". Encantada com o que via, demorou alguns segundos para perceber que a bola já havia rolado.
Acompanhada pelo marido Adam e pela líbero Fabi, sentou-se em seu assento, mas demorou a fixar os olhos no gramado. A fusão de cores, cânticos e flashes prendia sua atenção. E o olhar tendia para o seu lado esquerdo, onde estava a torcida do Flamengo.
Com o passar do tempo, Sarah começou a focar mais nos 22 jogadores, mesmo que, de vez em quando, seus olhos deslizassem para os torcedores. Os dois primeiros gols de Hernane foram comemorados com um simples sorriso, de maneira comedida, bem diferente de Fabi, que pulava, cantava e sorria a cada bola na rede do Brocador.
Se já havia uma tendência em torcer para o clube mais popular do país, por causa da companheira de equipe, naquele momento, a escolha estava selada.
- É maravilhoso, emocionante. Aqui, é muito divertido. Penso que, depois de hoje, escolhi o Flamengo. Os torcedores são mais emocionantes, entusiasmados, e ficam até o final. Desde o início eu estava atraída pelo Flamengo. Amei fazer parte disso. Definitivamente, vou voltar - admitiu a jogadora.
Fabi revelou que a decisão de levar a canadense ao jogo já havia sido tomada há algum tempo, mas restava saber para qual time ela iria torcer. Na tentativa de puxar a sardinha para o seu lado, a camisa 14 admitiu que o clássico, pelo coração de Sarah, começou nos bastidores da equipe carioca entre ela e o técnico Bernardinho, torcedor do Glorioso.
- Ela (Sarah Pavan) me perguntou para quem torcer. O Bernardinho veio tentar persuadi-la para ser Botafogo. Então, virei para ela e disse que ela iria ver o tamanho das torcidas e decidir para qual fosse a maior. Aí, chegou aqui e deu para ver que a torcida do Flamengo estava maior. Se ela ficar no Rio de Janeiro, vira Flamengo sem querer. Quero trazê-la sempre. É pé-quente - contou a líbero, que pretende levar a companheira mais vezes para assistir aos jogos do Rubro-Negro.
Completamente diferente da canadense, a líbero mostrou que seu espírito aguerrido dentro das quadras se reflete fora delas. Seja roendo as unhas, cantando ou xingando, Fabi jogou junto o tempo todo, no dia do seu reencontro com o ex-maior do mundo, a quem rasgou variados elogios.
- Está lindo. Não tinha visto ainda (depois da reforma). Tem algumas coisas, como logística, que eles vão melhorar, mas acho que estamos prontos para fazer uma boa Copa. Você consegue escutar o barulho da bola, da torcida, ver os jogadores. É um privilégio. Encantou a Sarah (Pavan), que está acostumada com muita coisa boa, imagina para a gente. Estou deslumbrada mesmo.
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