Sede da Olimpíada de 2016, o Brasil não conta atualmente com controle antidoping em dois dos principais campeonatos do país. Tanto na Superliga de Vôlei quanto no NBB, nenhum teste foi feito na temporada 2013/2014.
Apesar de a obrigatoriedade do controle constar nos regulamentos das respectivas competições, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e a Liga Nacional de Basquete (LNB) admitem que no momento este processo é falho.
O problema nas versões masculina e feminina da Superliga existe por conta da suspensão do Ladetec, responsável pela análise das amostras de urina em edições anteriores. O laboratório teve sua credencial cassada pela Agência Mundial Antidoping (Wada, em inglês), em agosto. Desde então, o Brasil não conta com mais nenhuma instituição capaz de realizar este serviço.
"A CBV está em negociação com com um laboratório certificado pela Wada, em outro país da América do Sul, para que os exames sejam analisados por este laboratório. O objetivo é retomar os procedimentos no início de 2014", informou a Confederação de Vôlei por meio de nota oficial enviada à reportagem.
A entidade, entretanto, não especificou se os testes serão realizados no decorrer do segundo turno – uma vez que o primeiro já foi encerrado –, ou apenas na fase de playoffs.
A CBV informou também que durante a edição de 2012/2013 não teve nenhum problema para realizar o controle. Porém, até o fechamento desta edição, não respondeu quantos exames haviam sido feitos.
O panorama no campeonato nacional de basquete, o NBB, é ainda pior. Além de nenhum exame ter sido feito com um terço do torneio decorrido, na edição 2012/2013 – encerrada em junho – nenhum jogador acabou sendo testado pela entidade.
"Na última temporada, tivemos alguns desencontros de informações e não conseguimos iniciar o trabalho. Porém, para esta temporada, tudo já foi resolvido e iremos retomar os exames normalmente", informou ao LANCE! a LNB.
A entidade espera fazer ao menos 34 exames abordando atletas das 17 equipes. As amostras deverão ser encaminhadas ao Instituto Armand-Frappier, em Montreal (CAN).
Governo dará ajuda em 2014
Procurada pelo LANCE!, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) informou que "orienta as entidades de administração do esporte e que mantenham o plano de testes antidopagem previstos em suas competições esportivas".
Para 2014, o órgão tem um plano de ação que prevê a implantação do Programa Nacional Antidopagem, que terá investimento de R$ 12 milhões do Ministério do Esporte e abarcará distribuição de kits de testes para as entidades esportivas. O Governo Federal vai subsidiar todos os exames, que serão feitos 80% (urina) em torneios e 20% (urina e sangue) fora de competição (com atletas da Bolsa Atleta e da Bolsa Pódio).
O que disseram
"Sinceramente, não havia me dado conta que não estavam fazendo antidoping. Mas é ruim que não haja. Sabemos que é caro para se fazer os testes, mas é importante ter para que o campeonato se mantenha com credibilidade"
Gustavo Endres
Presidente da Comissão de Atletas do Vôlei
"O antidoping é importante para manter a honestidade do jogo. Se alguém usa alguma substância, acaba sendo injusto para os outros"
Guilherme Giovannoni
Presidente Associação dos Atletas de Basquete
0 Comentários