A jogadora Omy Perdomo estreou neste domingo na Liga Iberdrola, a elite do vôlei espanhol, no jogo em que sua equipe, CCO 7 Palmas, disputou na quadra do Voley Playa Madrid. Assim, ela se transformou na primeira transexual espanhola a jogar na primeira divisão de um esporte olímpico. "É uma conquista pessoal muito grande depois de oito anos no vôlei e me sinto orgulhosa de ter conseguido", assegurou a jovem que estava feliz por sua estreia e pela vitória, 3 sets a 0, na décima nona rodada do campeonato.
"Tinha confiança de que neste ano pudesse estrear na elite porque sou uma pessoa que, quando quero algo, acabo conseguindo, mas esta convocação foi inesperada", confessou depois da partida.
Omy jogava pela equipe B e descobriu que iria ao time principal através de um telefonema do vice-presidente, Juan Manuel Campos. Ela entrou durante o segundo set da partida, vencido por 25 x 16, e anotou o último ponto. A central, de 1,87 metros, reconhece que esteve nervosa durante o jogo. "Fiquei mais nervosa dentro do campo do que quando ia entrar, mas minhas parceiras me fizeram sentir muito bem, e posteriormente me felicitaram por minha estreia", afirmou.
O técnico Alberto Rodríguez assegurou que o encontro contra o VP Madrid era ideal para a estreia, motivo pelo qual optaram por escalá-la: "Ela é uma jogadora que não está acostumada a este nível e esteve um pouco perdida na quadra, mas ao final fez muito bem o que pedimos". Rodríguez destacou que pretendiam que Omy "se divertisse" nesta partida. "Ainda lhe falta muito trabalho técnico, porque aqui não é chegar, estrear e já está pronta. Quando tiver o nível adequado já pensaremos em subi-la definitivamente à primeira equipe".
O caso de Omy Perdomo lembra o de Tiffany Abreu, que disputa a Superliga feminina do Brasil como ponteira do Bauru. Tiffany se tornou a primeira transexual a disputar a elite do vôlei brasileiro ao estrear no último dia 10 de dezembro e, desde então, alcançou uma média de quase cinco pontos por set, o que a iguala à oposta Tandara, do Vôlei Nestlé e da seleção brasileira, a maior pontuadora do campeonato. A entrada de Tiffany com tanto destaque na elite do voleibol do país levantou uma série de questões a respeito das vantagens que a jogadora, que foi do sexo masculino até os 30 anos, teria em relação às suas adversárias, além de enfrentar diversas manifestações de preconceito.
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