Potência de Ivna fortalece busca pelo título inédito

A mineira Ivna não poupa energia quando o assunto é Superliga. A quarta maior pontuadora da competição é uma das bolas de segurança do Sesi-SP e surpreende ao mostrar a força com que ataca na quadra adversária (veja no vídeo ao lado). Com 24 anos, a jogadora tem a confiança do técnico Talmo e o apoio das companheiras para superar os bloqueios adversários em busca do título inédito. Dedicada, Ivna é a primeira a se cobrar para poder atingir todos os objetivos. E o principal deles pode ser alcançado neste domingo, às 10h, no Maracanãzinho, na final contra o Rio de Janeiro. O GloboEsporte.com acompanha decisão em Tempo Real; a TV Globo e o SporTV transmitem ao vivo.

- Eu pego bastante peso na academia e acho que isso faz uma diferença muito grande. A preparação física que nós fizemos no início da temporada teve um aspecto muito bom em relação a isso. Acho que o Sérgio Mançan (preparador físico do Sesi-SP)  teve uma boa contribuição - disse a atleta de 1,84m e 79kg.

Em algumas situações, Ivna literalmente passa pelos bloqueios meio na técnica, meio na marra. Sérgio Mançan diz que os dados da força da atleta são impressionantes e lembra que o fator genético faz a diferença.

- A Ivna é um caso à parte, se apresentou um mês antes de começar a temporada para trabalhar comigo. O Sesi-SP tem o dinamômetro isocinético, um material importado que avalia a relação de força. É a única equipe do Brasil que dispõe desse equipamento. A média do grupo, no pico de torque do membro inferior, uma unidade de medida de força, é próximo de 200. A média da Ivna chega a 280, 290 E isso se reproduz na potência. E de membro superior, enquanto a média do grupo fica em 25, em braço dominante, a média dela fica em 30. Claro que essa potência dela também vem da genética, que agregada ao exercício, a faz melhorar. O resultado ela está colhendo. Essa força dela ajuda e muito.

A atleta que já passou por Minas, Pinheiros e Osasco enaltece a relação com as companheiras do Sesi-SP e garante que o time é sinônimo de alegria.

- Tenho uma boa convivência com todos os clubes que passei. Cada temporada você faz uma família. Mas este grupo aqui do Sesi-SP é sensacional, somos um time de guerreiras, um time alegre, sempre tem alguém rindo, fazendo piada. Em todas as temporadas eu fui muito feliz.  As meninas do time me dão muita confiança, me cobram muito. Acho que o resultado vai saindo, o Talmo e a comissão técnica também me ajudam, tanto taticamente quanto tecnicamente.

Confiante no trabalho do time paulista, a oposta prevê uma grande final.

- Estou muito feliz de estar participando dessa primeira final. Sabemos que o Rio de Janeiro é uma grande equipe, uma equipe com tradição, mas estamos estudando e treinando bastante, espero que dê tudo certo no final. Temos tudo para ganhar esse jogo.

Durante o treino de sexta-feira realizado no Maracanãzinho, o técnico Talmo teve uma longa conversa com Ivna, segundo ele, para poder tranquilizar a atleta que "se cobra demais".

- Eu estava falando com ela porque ela achou que não fez um bom treino. É uma cobrança muito grande, excessiva, dentro de uma situação em que é natural ter erros, ela mesma falou que estava em processo de amadurecimento, de crescimento. Ela tem que se cobrar menos. É importante se cobrar? É, mas desde que seja com equilíbrio. Falei para ela ter calma, sei que é uma ansiedade muito grande, mas ela fez um bom treino. Confio muito na Ivna, é uma jogadora que tem um potencial muito grande, está crescendo, amadurecendo, é uma alegria muito grande saber que ela está evoluindo.

Se a seleção brasileira é sempre uma grande questão para a maioria das atletas, Ivna garante que está com as forças voltadas para outro lugar, e mostra consciência em relação ao caminho que precisa ser percorrido.

- Eu fiquei muito feliz pelas meninas que foram convocadas, porque elas jogaram muito bem a Superliga. Como a Andréia Laurence, que fez um campeonato maravilhoso. Eu não estou pensando nisso agora, estou focada na final, quero muito esse título. Independentemente de o meu nome estar lá ou não, eu estou muito feliz e acredito que o trabalho começa primeiro no clube e depois a convocação da Seleção. Eu não sei o que o Zé Roberto está pensando, acho que a Superliga tem atletas muito boas, a concorrência fica muito grande, mas eu não estou pensando nisso por enquanto. Ainda há muito trabalho para ser feito.

Mas para seu treinador, a convocação é só uma questão de tempo.

- Ela ainda não foi chamada, mas o momento dela vai chegar, pode demorar um pouco, mas chega. Ela é muito dedicada, muito determinada.