Representada pelo seu diretor de marketing, o ex-jogador Renan Dal Zotto, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) apresentou na manhã desta quarta-feira (14) os resultados da auditoria sobre os contratos colocados em xeque após denúncias da ESPN Brasil sobre a gestão do ex-presidente Ary Graça. O próximo passo agora será confirmar a provável ilegalidade desses contratos e tentar recuperar os recursos perdidos.
"Saíram recursos de dentro da confederação que poderiam ser reinvestidos no voleibol. Mas, antes de tudo, precisamos ter a certeza de que houve realmente ilegalidade nesses contratos. Se aconteceram erros, nós vamos atrás dos nossos direitos. Isso é um compromisso nosso com toda a comunidade do voleibol. Vamos atrás para saber legalmente o que aconteceu. Se tiveram falhas, elas vão ter que ser reparadas. E terão que ter responsáveis por isso. Nós vamos fazer o possível judicialmente para resolver todas as questões que foram denunciadas e todas as outras que nos percebemos nesses quatro meses. Buscar responsabilizar quem estava à frente e, quem sabe até, buscar recursos que foram pagos indeviamente", avisou Renan.
Renan confirmou a existência dos documentos e pagamentos a ex-dirigentes da entidade, falou em valores, mas disse que prefere esperar os advogados se pronunciarem sobre aspectos como moralidade e legalidade, o que não tem prazo para acontecer. Ele também se disse tranquilo em relação à continuidade dos atuais patrocinadores, como o Banco do Brasil, de onde provêm a maior parte dos recursos da CBV.
"Nossos contratos com patrocinadores são perfeitos. Eles continuam conosco, pois estão acreditando que esse momento pode ser importante para mudar o cenário. Erros serão consertados. Esse é o nosso lema daqui para frente", afirmou Renan.
Uma das empresas questionadas foi a S4G Gestão e Negócios, de Fábio Dias Azevedo, diretor geral da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), presidida por Ary Graça. Renan afirmou que a empresa recebeu 2,9 milhões. O contrato foi rescindido em 30 de julho de 2013.
"Houve um contrato de assessoramento e planejamento. A empresa existe e prestou serviços à CBV em vários eventos. O problema é que havia um braço de assessoramento e planejamento, em torno do qual foi firmado um contrato de 10 milhões de reais em cinco anos. A Auditoria verificou a exstência do contrato e concluiu que foram pagos dois milhões por ano. A CBV desembolsou esse valor", afirmou Renan.
Outra empresa denunciada, a SMP Logística e Serviços, também tinha um contrato no valor total de 10 milhões de reais. De acordo com Renan, foram pagos 2,9 milhões de reais até outubro do ano passado. Atualmente, o contrato está suspenso. As denúncias levaram à renúncia do dono da empresa, Marcos Pina, ex-superintendente geral da CBV, que deu lugar a Neuri Barbieri.
Em uma reunião fechada da CBV na noite da última terça-feira (13), dirigentes da entidade apresentaram cada detalhe do relatório para os técnicos das seleções masculina e feminina, Bernardinho e José Roberto Guimarães, respectivamente. A nova gestão aproveitou para garantir que cada centavo que entrar na confederação a partir de agora será investido exclusivamente no vôlei.
Além desses contratos suspeitos, outros possíveis erros na administração e gestão do ex-presidente Ary Graça foram notificados pela auditoria. Renan garantiu que tudo será investigado detalhadamente.
"Internamente, os próprios auditores perceberam uma série de outros equívocos dentro da confederação. De inconformidade de datas, prazos... E não são poucos, são vários. Várias observações foram colocadas aqui (no relatório). Vamos averiguar todas elas, caso a caso", finalizou o ex-jogador.
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