Do outro lado da rede, uma velha conhecida chama a atenção. Com seus cabelos presos em um rabo de cavalo, altura de 2,02m e uma pancada difícil de defender, Ekaterina Gamova mais uma vez está no caminho de Sheilla. As batalhas travadas entre elas fazem parte da história do vôlei de Brasil e Rússia. Como não lembrar o choro da brasileira após a derrota do Mundial de 2010 ou a euforia de Sheilla depois daquela quartas de final das Olimpíadas de Londres. Elas voltam a se enfrentar nesta sexta-feira, às 15h (de Brasília), pelo Mundial de Clubes, em Zurique, na Suíça. Só que a algoz não mete mais medo na oposta do Osasco. À estrela do Dinamo Kazan, apenas respeito.
- A Gamova é muito alta e não depende tanto do físico. Eu dependo do físico muito mais. Ela não precisa saltar tanto. Acho que ela é três anos mais velha que eu, mas está no auge ainda. Por mais que fale que não vai mais jogar pela seleção, acho que ela vai jogar por muito tempo ainda. Eu espero jogar por muito tempo - disse Sheilla, de 30 anos.
Desde 1999 à frente da seleção russa, Gamova anunciou sua aposentadoria do time nacional após as Olimpíadas de Londres, em 2012. A decisão foi tomada bem antes daquele marcante duelo das quartas de final. Ela viu o Brasil se agigantar, viu Sheilla brilhar para salvar cinco match points, viu o sonho do ouro olímpico acabar na vitória verde-amarela em um dramático tie-break. Naquele dia, Sheilla foi quem assumiu o papel de carrasca e ganhou da líbero Fabi o apelido de Gamovinha.
Quinze centímetros mais baixa, pouco mais de dez quilos mais leve e quase três anos mais nova, a oposta brasileira pôde enfim sorrir, depois de tantos lamentos nas derrotas dos Mundiais de 2006 e 2010 - Gamova ainda foi algoz do Brasil na semifinal das Olimpíadas de Atenas, em 2004. Agora, Sheilla minimiza a batalha contra a russa no Mundial de Clubes.
- Vai ser só mais um duelo com a Gamova. Já jogamos uma contra a outra por diversas vezes em diversos campeonatos. Vai ser mais um jogo - disse a brasileira.
O duelo entre o Osasco, de Sheilla, e o Dinamo Kazan, de Gamova, fecha a fase de grupos do Mundial de Clubes - a estreia das paulistas será na quarta-feira, diante do Hisamitsu Springs, do Japão, às 12h30 (de Brasília). Campeão em 2012, o time paulistano pode ser o primeiro a conquistar a competição por duas vezes. A equipe russa, atual campeã europeia, é o maior obstáculo. Mas não o único.
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