Brasil fica com o vice na Liga Mundial




O Brasil renasceu, superou adversidades, mostrou que ainda é uma das forças do vôlei masculino, mas parou em um rival indigesto na decisão da Liga Mundial. Refém das exibições de gala do oposto Anderson e do ponteiro Sander, o time do técnico Bernardinho perdeu para os Estados Unidos por 3 sets a 1, parciais de 29-31, 25-22, 25-20 e 25-23, em Florença (ITA), neste domingo, e ficou com o vice-campeonato.

Foi a segunda conquista dos americanos na Liga Mundial. A primeira havia sido em 2008, no Rio de Janeiro. O resultado aumenta o jejum dos brasileiros, maiores campeões do torneio, com nove títulos. A Seleção não vence a Liga Mundial desde 2010. De lá para cá, foram três vice-campeonatos (2011, 2013 e 2014) e um sexto lugar (2012).

Se deixou para trás a temida Rússia, atual campeã olímpica e ouro na Liga Mundial do ano passado, o Brasil não conseguiu dar o troco nos americanos pela derrota por 3 a 1 na final dos Jogos de Pequim-2008. Com 24 e 23 acertos, Sander e Anderson foram os destaques da partida. Wallace foi o melhor da equipe brasileira, com 16.

O próximo desafio da Seleção é o Campeonato Mundial da Polônia, entre 30 de agosto e 21 de setembro, considerado o principal compromisso das equipes em 2014. Os brasileiros são os atuais tricampeões.

O JOGO

O Brasil entrou determinado a marcar a principal arma dos americanos nesta Liga Mundial. O ponteiro Sander sentiu o peso da parede armada por Wallace logo nos primeiros pontos. Com um ataque de Murilo, os comandados de Bernardinho chegaram à primeira parada técnica vencendo por 8-6, para a decepção da torcida italiana, ressentida com a eliminação de seu país para os brasileiros no dia anterior. Mas os Estados Unidos ainda mostrariam a força de seu bloqueio.

O jogo ficou igual até o fim do primeiro set. Lucarelli, de um lado, e Anderson, do outro, mantinham a pegada. As equipes trocavam pontos. Quando o Brasil fecharia o set, com Wallace, a arbitragem anotou toque na rede de Murilo antes da execução do contra-ataque. Em meio a muitas reclamações, o desafio eletrônico comprovou a infração. O time de John Speraw ainda contou com ataque para fora de Lucão e abriu 1-0 no jogo após pancada de David Lee.

A missão de segurar os americanos parecia cada vez mais difícil. O Brasil atacava, mas nem sempre definia os pontos. Os rivais, por sua vez, mantinham um alto percentual de eficiência. Após um ataque fora de Lucão, Bernardinho precisou parar o jogo, ao ver o adversário abrir 13-11. A conversa fez bem. O próprio central, longe do desempenho de outros jogos, foi para o saque e recolocou a Seleção em vantagem. Uma passagem infeliz do discreto Rooney na rede ampliou a folga para 18-15. Lucarelli, melhor do Brasil em quadra, comandou a recuperação. E os Estados Unidos, para ajudar, ainda bateram cabeça. Num lance de indecisão, deram de graça a vitória parcial de 25-22.

No terceiro set, um 3 a 0 para o Brasil rapidamente se transformou em 5-3 a favor dos americanos. Sander cravou na paralela e chegou a incríveis 15 pontos com apenas dois sets completos. Era o bastante para forçar nova conversa de Bernardinho com seus jogadores. Desta vez, nada adiantou. O levantador Christenson achou um ace, levando o placar a 8-5. E os campeões olímpicos em Pequim-2008 sobraram. No bloqueio, engoliram os centrais brasileiros. E comemoraram o triunfo por 25-20 após um erro de saque de Sidão.

Um erro dos americanos no início do quarto set deu esperanças de que a história poderia mudar. Bernardinho apostou em Éder, que já havia entrado no lugar de Lucão. Um bloqueio do central em Bolt colocou o Brasil à frente. Mas Bruninho errou na tentativa de ataque de segunda logo em seguida. Os Estados Unidos também erravam, deixavam o Brasil recuperar a vantagem. Só que o ataque não entrava. Faltava paciência. Com Vissotto, o Brasil até virou. Faltou dar sequênia à reação. O ataque de Anderson pôs fim ao duelo.




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