A invencibilidade da Seleção Brasileira feminina de vôlei no Grand Prix foi quebrada em má hora. Depois de nove vitórias e apenas três sets perdidos na primeira fase, a atual bicampeã olímpica foi superada pela Turquia na abertura da fase final por 3 sets a 2, parciais de 25-18, 25-23, 21-25, 19-25 e 15-12, nesta quarta-feira, em Tóquio. Este foi o quarto triunfo da equipe de Massimo Barbolini sobre um rival de peso. Antes, as turcas já haviam batido os favoritos Estados Unidos, Rússia e Itália.
O grande trunfo da Turquia foi o saque. Foram 12 pontos no fundamento, contra apenas um das comandadas de José Roberto Guimarães. Após um início ruim, o Brasil deixou a apatia de lado com boas mudanças do treinador, mas voltou a falhar no set decisivo. A oposto Tandara, com 20 pontos, foi o destaque da equipe verde-e-amarela. Mas o nome do jogo foi a ponteira turca Sonsirma, responsável por 23 acertos.
Com um ponto na tabela, as brasileiras se concentram agora na China. A partida acontecerá na madrugada nesta quinta-feira, às 3h (de Brasília). As asiáticas começaram as finais com vitória sobre a Bélgica por 3 a 1. Seis times disputam a etapa, todos contra todos. Quem pontuar mais será o campeão. Maior vencedor, o Brasil persegue a décima taça.
O JOGO
A Seleção oscilou entre jogadas efetivas e alguns erros no início da partida. A Turquia se aproveitou da falhas do rival na rede, tratou de confirmar os ataques e forçou Zé Roberto a pedir tempo quando o placar já apontava 12-9. E as bicampeãs olímpicas não se soltaram. Com Fernanda Garay abafada pelo bloqueio na ponta, a recepção apresentando falhas constantes de um lado, e a central Akman brilhando do outro, o jogo ficou sob o controle do time turco, que abriu sete de vantagem. A diferença foi mantida até o final, quando Ozsoy atacou para decretar 25-18.
A bola suava para cair na quadra turca. Despretenciosa, a equipe que impôs derrotas a favoritos na primeira fase voltava sorridente e solta. Queria surpreender mais. As brasileiras, afobadas até na hora de definir jogadas fáceis, não encontravam o jogo que encantou nas rodadas anteriores. No contra-ataque sempre eficiente de Ozsoy, a Turquia abriu 12-9, fazendo Zé parar de novo. Desta vez, deu certo. Liderada por Fabiana, a Seleção cresceu no bloqueio e empatou em 16-16. Parecia ter finalmente se encontrado. Mas acabou surpreendida pelo saque das oponentes. Sheilla, em um ataque fora na paralela, deu de graça o ponto que colocou as turcas em vantagem de 2 a 0.
A Turquia seguiu dando um banho no fundamento saque. Nos primeiros pontos da terceira etapa, o time chegava ao seu nono ponto no fundamento. Agora, era Jaqueline quem não controlava a recepção. Zé tentou Tandara no lugar de Sheilla, sem perder tempo. Mas Ozsoy cravou 6-1. Ainda longe do ideal, a equipe brasileira tentava se reerguer a partir dos golpes de sua oposto reserva. Gabi e Carol também foram chamadas para mudar o quadro, e incendiaram o time com bons bloqueios. Era o que a equipe precisava. Na reta final, Tandara chamou a responsabilidade e comandou a vitória do Brasil por 25-21.
O treinador não poderia deixar de manter as três peças-chave do trunfo para o quarto set. Com Carol, Gabi e Tandara inspiradas, o elenco verde-e-amarelo impôs respeito logo no início. As turcas já não eram as mesmas de antes. A confiança havia mudado de lado, e agora era Barbolini quem pedia tempo para tentar arrumar a casa. Além de marcar pontos diretos, o bloqueio brasileiro amortecia os ataques adversários com frequência. E foi neste fundamento que a Seleção finalizou a parcial, sem sustos, em 25-19.
Mas a Turquia voltou a incomodar no tie-break. No saque de Toksoy em Camila Brait, o time abriu 7-4. As brasileiras não deixaram o jogo fugir do controle. Carol cresceu a parede para cima de Ozsoy e fez o Brasil encostar em 9-8. Mas Sonsirma não errava uma. Depois de um rally suado, a bola caiu na quadra brasileira dando fim à invencibilidade das comandadas de Zé Roberto.
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