Na campanha do seu décimo título do Grand Prix, a seleção brasileira feminina atropelou duas vezes a Rússia, uma na fase de classificação, em São Paulo, e outra na fase final, na semana passada, em Tóquio, no Japão. Mas se engana quem pensa que os dois triunfos por incontestáveis 3 sets a 0 fizeram com que as atuais bicampeãs olímpicas deixassem de considerar as russas as suas grandes adversárias na briga pelo título do Mundial, que vai ser disputado entre 23 de setembro e 12 de outubro, na Itália. As brasileiras ressaltam que o retorno da oposto Ekaterina Gamova, que não defende a Rússia desde as Olimpíadas de Londres 2012, vai reequilibrar o confronto contra as responsáveis por bater o Brasil nas duas últimas finais de Mundial, em 2006 e 2010, quando justamente Gamova foi a principal responsável por evitar a única conquista que ainda falta para o volêi feminino do Brasil.
– A Gamova é 60% do time. Não vai ser fácil vencer elas de novo e elas serão nossas maiores rivais. Vamos ter que ralar bastante para ganhar da Rússia no Mundial – comentou a líbero Camila Brait, no desembarque da seleção brasileira, nesta terça-feira, em São Paulo.
Se por um lado a presença de Gamova, de 33 anos de idade, fortalece a terceira colocada no Grand Prix, por outro, o fato de enfrentar uma jogadora conhecida por provocar e atiçar as adversárias brasileiras pode virar um elemento a mais de motivação.
– Ganhar da Gamova vai ser uma coisa muito boa. Sempre vai ter a rivalidade. Isso é normal no mundo do vôlei. Mas não podemos entrar na pilha da Gamova, devemos usar isso para o lado bom – emendou Brait.
Uma das jogadoras que mais costumavam entrar na pilha de provocação de Gamova, a central Thaisa ressaltou a importância da rival, mas aproveitou para criticar a veterana que vai se juntar a um renovado time russo.
– Vai ser muito mais complicado. Elas vão estar com a Gamova, que é um reforço muito grande. Mas nós temos um gostinho a mais para jogar contra elas, principalmente no Mundial. Provocação sempre tem um pouco, mas é de jogo. Fora de quadra, essa geração russa está completamente diferente das outras. Elas sorriem, cumprimentam, estão por perto e querendo participar. Isso tirando algumas que são mais velhas e tem nariz em pé – disse Thaisa.
Recentemente, o técnico José Roberto Guimarães afirmou que Gamova recebeu uma fortuna para voltar a defender a seleção russa e acabou gerando uma celeuma. A veterana não gostou da declaração e ironizou o treinador em uma rede social.
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