Técnico da seleção brasileira, José Roberto Guimarães costuma dizer que time com seis ou sete jogadoras apenas não ganha Mundial ou as Olimpíadas. Por conta disso, ele dedica uma atenção especial para as suas reservas. E dentre as suplentes, foi Tandara quem mais correspondeu na fase final da vitoriosa campanha do Grand Prix, no Japão, encerrado no último domingo. A oposta fez 25 pontos, marca respeitável para quem atuou pouco mais do que três sets em cinco jogos por ser reserva da valorizada Sheilla. Para ter a sua importância na conquista do título, ela precisou ser bancada pelo treinador após ter iniciado a competição acima do seu peso ideal e lesionada.
O edema ósseo decorrente de uma entorse de tornozelo direito a afastou da primeira das quatro semanas da competição foi curado. Já o sobrepeso gera uma batalha antiga para a atleta. Segundo a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Tandara fechou o Grand Prix pesando 87kg, número que ainda não combina com os seus 1,84m de altura. Ela é a mais pesada da seleção brasileira. Bem depois vem a central Thaisa, com 79kg muito bem distribuídos por 1,96m, 12cm a mais do que a camisa 11, que comemora o respaldo do comandante brasileiro.
- O Zé Roberto tem uma grande confiança em mim e eu agradeço por isso. Eu venho voltando de uma lesão muito grave, então eu acredito que tenha recomeçado com o pé direito. Eu estou ali sempre disposta para entrar e ajudar o time - afirmou Tandara, que passou a última temporada sendo treinada por José Roberto Guimarães no agora extinto Campinas.
No Grand Prix, a importância de Tandara curiosamente foi evidenciada na única derrota das atuais bicampeãs olímpicas na competição, quando ela ajudou a equipe nacional com 20 pontos. Após as titulares perderem os dois primeiros sets para a Turquia na estreia na fase final, a seleção passou a jogar com as reservas e conseguiu vencer dois sets seguidos, levando o jogo para o tie-break. Apesar de perder o desempate e o jogo por 3 sets a 2, as brasileiras somaram um ponto. E foi justamente esse ponto que fez o Brasil ser campeão, já que somou 13 pontos contra 12 do Japão, o segundo colocado na disputa por pontos corridos.
- Foi um ponto muito importante mesmo. Nós estávamos perdendo de 2 sets a 0 e sabíamos que precisaríamos sair ao menos com um ponto. Deu certo e esse jogo acabou sendo muito importante para sermos campeãs do Grand Prix - comentou a oposta, que vai defender o Praia Clube na temporada 2014/2015.
Maior pontuadora da última Superliga, Tandara ressalta que a falta de ritmo de jogo dificulta a vida dela e das outras reservas na busca para atingir o mesmo nível das titulares, conforme pede Zé Roberto. Mas as suplentes compensam isso com muito treino, mesmo em dias de jogos.
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