Bruninho supera momento difícil e sonha com final no Mundial


Dois anos já se passaram, mas a final olímpica de Londres ainda segue bem viva na lembrança de Bruninho. A perda daquele ouro que esteve nas mãos e acabou parando nas dos russos, ainda dói e fez o levantador procurar ajuda para tentar superar aquele episódio. E, mesmo sem saber, Rafael Nadal deu sua parcela de contribuição. Foi na biografia do tenista, que o capitão da seleção encontrou respostas de quem já havia passado por um momento tão difícil quanto foi aquele para ele. Bruninho admira a força mental do espanhol. Acredita ter evoluído bem nesse aspecto. No Mundial da Polônia, vem mostrando segurança e liderança mesmo diante da pressão que já era grande e ficou ainda maior desde o início da semana passada, com uma sequência de problemas: sorteio, Grupo da Morte, mudanças no regulamento, lesões, revés para os anfitriões e multa. Neste sábado, será preciso mostrar ainda mais resistência para poder passar pela França e assegurar a vaga na decisão e continuar com o sonho do tetracampeonato bem vivo.

Bruno, Brasil X Cuba - Mundial de Vôlei (Foto: Divulgação / FIVB)

- Na carreira, a gente acaba tendo inspiração pelas pessoas que sofrem a mesma pressão. Li o livro dele que me ajudou bastante. Ele sentia a insegurança que eu já senti também. A vez que perdeu para o Federer na final de Wimbledon foi marcante para mim. O Federer é mais técnico e Nadal é um monstro fisicamente e mentalmente. A derrota de Londres ainda dói muito. E o mais complicado é não se sentir contente com uma prata olímpica. Tive que respirar e começar de novo. Tinha que sair daquela situação. Eu acho que melhorei esse meu lado mental. Tem dias que sai um pouco do caminho, mas quando percebo que não está legal eu controlo. Cada vez que você passa por uma dificuldade, consegue sempre ficar ainda mais forte. Na Liga Mundial a gente estava na sarjeta e sair daquela situação era importante - disse.

Conseguiram. Era improvável que se classificassem para a fase final, os adversários já comemoravam, mas a reação veio. Perderam o ouro para os Estados Unidos, mas recuperaram aquilo que havia ficado pelo caminho após uma sequência de derrotas: a confiança.

- Eu tive uma escola boa de força e superação aqui dentro da seleção também, com Serginho e Giba. E eles acabaram se tornando meus ídolos. Meu pai sempre diz que a vontade de se preparar tem que ser maior do que a vontade de vencer. Então, treino tem que ser jogo e jogo é uma guerra. Quem está aqui dentro sabe a pressão que vive intensamente, o que é normal. Somos o primeiro do ranking e as pessoas esperam que a gente ganhe. No momento em que as coisas foram mudadas aqui no Mundial, acabamos sendo prejudicados meio que sem querer, e ficamos com a faca no pescoço (precisavam de nova vitória sobre a Rússia para irem à semifinal). Mas nosso time é muito fechado. Eu falava: "Não vamos ficar fora das finais por nada, ainda mais depois de tudo o que passamos durante o período de treinos". A gente faz um sacrifício tão grande neles. Então, é isso, esse pensamento é que move o atleta. Contra a França vamos ter que ter paciência porque eles defendem bem e o jogo deverá ser longo.



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