A primeira grande realização da vida de Fabíola foi o nascimento de Andressa, hoje com nove anos, em 2006. A segunda será a chegada de Annah Vitória, prevista para o mês que vem. E se tudo ocorrer como deseja a levantadora, o ano ficará marcado por uma concretização dupla de objetivos: além de ser mãe novamente, ela espera disputar sua primeira Olimpíada.
A chance foi sacramentada na segunda-feira pelo técnico José Roberto Guimarães, que convocou 19 nomes para os treinos da Seleção Brasileira. Apenas 12 estarão no Rio de Janeiro, em agosto. Mesmo ciente de que precisará correr contra o tempo, ele não desistiu da veterana de 33 anos, que irá completar oito meses de gestação na semana que vem.
– Hoje, eu me vejo em uma condição difícil. Grávida, com pouco tempo de recuperação e na disputa por uma vaga com grandes levantadoras (Roberta e Naiane). Mas tenho a chance e vou agarrá-la. Quero me dedicar para conquistar meu espaço – disse Fabíola ao LANCE!.
A única maneira que a jogadora tem de disputar a competição e superar de vez o trauma do corte às vésperas dos Jogos de Londres-2012 é realizar um parto normal. Desta forma, o retorno às quadras é estimado entre 30 a 40 dias após a atleta dar à luz. Desde janeiro, ela vem adaptando o corpo para que o procedimento seja bem sucedido.
Embora a lista só tenha sido divulgada agora – foi finalizada pela comissão técnica há uma semana – a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) já tinha viabilizado há três meses uma força tarefa para atender todas necessidades de Fabíola.
Em Brasília, sua cidade natal, ela treina com bola com a comissão técnica do Terracap/Brasília Vôlei, malha e faz sessões de pilates, o que ajuda a estimular a região pélvica. Tudo acontece sob supervisão dos preparadores físicos José Elias Proença, da Seleção, e Lucas Tessutti, do time do Distrito Federal.
A jogadora já optaria pelo procedimento mesmo se não fosse convocada, já que tem de se reapresentar ao Volero Zurich (SUI) em agosto. Ela renovou contrato com o clube até 2018 e vai conciliar a vida de mãe com a de atleta em outro país.
– Será um período de sacrifícios. Quero poder dizer que tentei, não que poderia ter tentado – afirmou.
Fabíola briga com Roberta e Naiane por uma vaga na Rio-2016 na posição de levantadora. A outra deverá ser da hoje titular Dani Lins.
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