O momento não exigia sacrifício. Já classificado para a semifinal, Bernardinho decidiu poupar sua formação titular e aproveitar a partida contra os Estados Unidos para testar alguns jogadores. E quem estava em quadra sabia que essa poderia ser a última chance de convencer o chefe para garantir um lugar na equipe olímpica. Nesta sexta-feira, com Lipe e Evandro inspirados, a equipe conseguiu equilibrar as ações depois de estar perdendo por 2 a 0 e roubou dois sets preciosos, que colocaram fim à trajetória dos adversários na Liga Mundial. Fizeram mais. Venceram de virada: 3 a 2 (24/26, 21/24, 28/26, 25/21 e 15/12).
Com o resultado, vai enfrentar a França, atual campeã do torneio, na semifinal. A mesma que foi batida pela seleção por 3 a 1, na última etapa classificatória, em Nancy. A mesma que foi algoz do Brasil na Liga Mundial de 2015 e ficou com o título no Maracanã. O confronto será neste sábado, às 15h30 (de Brasília). Logo depois será a vez de sérvios e italianos brigarem por um lugar na final.
O jogo
O Brasil que ia para a quadra tinha William, Maurício Borges, Douglas, Evandro, Isac, Eder e Tiago Brendle. Do outro lado, os EUA vinham com seus titulares, pressionados pela necessidade de vencer por pelo menos 3 a 1 para se classificar. A seleção cometia erros, Douglas enfrentava o bloqueio triplo e não passava. O saque não entrava e os adversários administravam uma frente de quatro pontos (12/8). Até Maurício Borges ir para o saque. A passagem do ponteiro por lá fazia o Brasil tomar o comando do placar 14/12. Mas o time deixava a vantagem escapar. Bernardinho subia o tom de voz, inconformado com o árbitro, que não aceitava o seu pedido de desafio para tirar dúvida sobre um toque na rede. Tirado de lá, retomava as orientações aos jogadores. Douglas virava uma bola, Evandro mostrava personalidade e deixava tudo igual (24/24). Isac desperdiçava mais um saque e os americanos aproveitavam para sair na frente: 26/24.
E encontravam um Brasil mais atento no segundo set. Isac subia de produção, o bloqueio freava Matt Anderson e a seleção fazia 16/15. No banco, Serginho orientava Brendle a cada parada, a cada pedido de tempo. O equilíbrio ficava pelo caminho. Os EUA sacavam melhor, fazia a linha de passe sofrer, conseguiam a virada e deslanchavam (22/17). Com mais volume de jogo, faziam 2 a 0: 25/21.
Depois de ter ficado fora da última etapa da fase de classificação e do jogo contra a Itália, por conta de um estiramento na panturrilha esquerda, Lipe deixava o banco, sacava forte e o Brasil ia no embalo dele (13/10). Os americanos não se entregavam. Tentavam superar o momento difícil na partida. Até que novo saque parava na rede (22/18). Bernardinho fazia a inversão. Bruninho e Wallace iam para o jogo. Christenson tirava da cartola uma bola de segunda, David Lee aparecia e os EUA encostavam (23/22). Um saque de Max Holt beliscava a linha. Ace. Virada (24/23). O segundo pararia na rede. Tudo igual. Lipe também fazia o seu ace e criava a oportunidade de fechar a parcial. Mas falhava no serviço seguinte (25/25). O ponto seguinte ia para os comandados de John Speraw, que também falhavam (26/26). Lipe, outra vez, sacava com perfeição. Wallace parava Matt Anderson e o Brasil levava a parcial: 28/26.
Os americanos ficavam com a corda no pescoço. Matt Anderson dava lugar a Troy. Só a vitória no set interessava. Se desse Lipe & Cia., o lugar na semifinal seria da Itália. Maurício Borges dava dor de cabeça no saque (12/8). Evandro e Lipe distribuíam pancadas. A situação se complicava ainda mais (20/17). Nova inversão. Bruninho e Wallace em ação. Eder ignorava o duplo montado à sua frente. Taylor Sander ainda acreditava e achava um espaço vazio no fundo da quadra brasileira (23/21). Wallace devolvia a gentileza e deixava a seleção a um ponto de eliminar os americanos. Douglas foi o escolhido por Wallace: 25/21.
Sem a vaga, passava então a ser questão de honra vencer o confronto. Abriam 12/10. O Brasil respondia com Evandro e dois bloqueios seguidos de Eder, que davam o comando do marcador ao time (13/12). Isac seguia caprichando no saque. Os Estados Unidos atacavam para fora e não passavam pelo muro brasileiro: 15/12.
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