As meninas da Holanda tinham uma difícil missão neste domingo: bater a Sérvia, vice-campeã da Copa do Mundo, na disputa por uma vaga nas quartas de final da Olimpíada. E conseguiram. Depois de um início arrasador, as holandesas viram Jovana Brakocevic comandar uma reação perigosa das sérvias, mas agiram a tempo: frearam as adversárias e ressurgiram das cinzas para vencer um difícil duelo no Maracanãzinho. Com a vitória, veio também a classificação em segundo lugar do grupo B da Olimpíada.
Após abrirem 2 a 0 no placar, o time jovem e alto pecou pela inexperiência e viu as rivais sérvias chegarem ao 2 a 2. Ainda assim, no momento decisivo, a Holanda resgatou a supremacia do início e venceu por 3 sets a 2, com parciais de 25/22, 25/20, 22/25, 18/25 e 15/8. A Sérvia se aproveitou de 31 erros das adversárias, que não esmoreceram e voltaram aguerridas para o tie-break, lideradas por Lonneke Slöetjes e Judith Pietersen. A partida, marcada por reviravoltas, foi definida no detalhe, com 14 bloqueios para cada lado, e a Holanda, terceira colocada do Grand Prix, levemente superior no ataque - 55 pontos contra 53 das rivais.
- Não foi um jogo fácil. Nós começamos muito bem, mas, depois, ficamos um pouco em baixa. Foi uma partida que serviu para nos mostrar que, se continuarmos brigando até o fim, poderemos sair com a vitória - analisou Pietersen.
- Estou muito feliz com este resultado. Nós queríamos realmente sair com esta vitória. Controlamos a Sérvia nos dois primeiros sets, perdemos energia e o foco nos outros dois sets, mas, no fim, conseguimos nos recuperar. O nosso saque e a nossa recepção fez a diferença no tie-break - complementou a holandesa Laura.
As holandesas usaram o saque como arma para atrapalhar a Sérvia no início e abriram 4/1. As rivais não esmoreceram e, aos poucos, foram encaixando a virada de bola. Uma cortada de Tijana Bošković no fundo e um bloqueio de Maja Ognjenovic fizeram as sérvias encostarem: 6/5. A partida foi equilibrada, com bons ataques de Slöetjes e Yvon Belien, além do ace de Anne Buijs, pelo lado holandês. Sem desistir, Milena Rasic mandou uma pancada para empatar em 12/12. As holandesas ainda abriram uma pequena vantagem, mas nada que a Sérvia não conseguisse correr atrás. O jogo seguiu parelho, com os times alternando a liderança. Após um bloqueio e um ataque de Celeste Plak, a Holanda abriu dois pontos: 23/21. Nervosas, as sérvias cometeram um toque no bloqueio e deram o setpoint de presente: 25/22.
O resultado deu moral para as holandesas, que driblaram as dificuldades no começo do segundo set, principalmente, impostas pelo poder ofensivo de Bošković. Além dos ataques precisos, elas também exploraram bem o bloqueio armado pelas sérvias e fizeram 17/13. As sérvias demoraram a se reerguer, mas não desistiram. Stefana Veljkovic e Jovana Brakocevic foram fundamentais para a reação. Em sintonia no bloqueio, evitaram três ataques seguidos da Sérvia e encostaram no placar: 21/20. As holandesas se aproveitaram da distração das rivais e sacaram forte para marcar quatro pontos seguidos: 24/20. Laura Dijkema soltou o braço em seguida e fechou o segundo set por 25/20.
A Sérvia voltou disposta a dar volta por cima. Jovana Brakocevic comandou o ataque e ajudou a equipe a abrir cinco pontos logo no começo (9/4). As holandesas atacavam com força, mas não conseguiam furar os bons bloqueios de Brakocevic, Zivkovic, Ognjenovic e Stevanovic. As sérvias passaram a ser superiores técnica e taticamente e chegaram a abrir 18/10. Mas a diferença que era de oito pontos caiu para dois, após o paredão da Holanda erguido por Femke Stoltenborg, que vibrou muito com a reação: 19/17. As holandesas ficaram um ponto atrás com Slöetjes (23/22), mas a Sérvia se manteve firme e fechou a parcial
O jogo mudou, e o quarto set foi marcado pelo domínio das sérvias. A entrada de Brakocevic fez a diferença para a supremacia do time no ataque e na defesa desde o início. Com facilidade, a Sérvia abriu 12/3. Apáticas, as holandesas não conseguiam se encontrar em quadra. Judith Pietersen ainda tentou puxar uma reação, mas Malesevic tratou de jogar um balde água fria com três ataques fulminantes (16/10). Um intenso rali encerrado com Brakocevic explorando o bloqueio levantou o público no Maracanãzinho. As sérvias souberam usar o bloqueio e se aproveitaram do erro de ataque das rivais para fazer 22/16. Stevanovic soltou o braço e conseguiu o setpoint (24/17). As holandesas tentaram se segurar, mas Veljkovic não perdoou na sequência e acertou uma pancada para marcar 25/18 e levar a disputa para tie-break.
O equilíbrio imperou nos primeiros lances do set decisivo, contudo, o bloqueio das holandesas finalmente conteve o ataque adversário. Com isso, a Holanda abriu 6/3 e pressionou as suas oponentes. A Sérvia não conseguia fazer a virada de bola e viu as holandesas deslancharem em uma reação fantástica. Inspiradas, Pietersen e Slöetjes deram muito trabalho no ataque e conduziram o time a abrir sete pontos: 11/4. A partir daí, a luta das sérvias passou a ser também contra o tempo. Tudo que funcionou nas duas parciais anteriores dava errado, e a distância era cada vez maior. Depois de um ace, Bianka Busa sacou na rede e deu o matchpoint à Holanda: 14/7. As sérvias ainda evitaram o primeiro, mas, o ataque para fora na sequência (15/8) selou a vitória suada das holandesas por 3 sets a 2.
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